Pinâmicas e Desafios no CAE Moura
Uma Equipa a Construir Mundos Melhores
Em dezembro de 2020, o Instituto de Segurança Social (ISS, I.P.) e a Associação de Socorros Mútuos Mutualista Covilhanense assinaram um protocolo de cooperação com vista à criação de uma Casa de Acolhimento Especializado. O CAE Moura abriu as portas na Covilhã para o acolhimento de 25 jovens estrangeiros não acompanhados.
Desde logo, foi constituída uma equipa de coordenação do projeto de intervenção em articulação com uma equipa de supervisão, composta por elementos do Alto Comissariado para as Migrações (ACM, I.P.) e do Centro Distrital de Segurança Social de Castelo Branco.
Os jovens em acolhimento têm entre os 15 e os 17 anos e são originários do Afeganistão, Bangladeche, Egipto, Iraque, Palestina, Paquistão, Síria e Somália. Todos os jovens têm processo no âmbito da Promoção e Proteção, sendo a EMAT responsável pelo seu acompanhamento incluindo nas áreas do ensino, saúde e atividades promovidas pelo CAE e pela comunidade local.
Este grupo tem sido um desafio constante, muito devido às barreiras linguísticas: diferentes línguas nativas, sem conhecimentos de português e apenas alguns indivíduos falam inglês. Foi necessário recorrer a tradutores para o grupo na articulação com a equipa e com as entidades onde desenvolvem atividades. As diferenças culturais aumentam também os entraves na comunicação, o que leva por vezes a que os jovens se expressem sob a forma de conflito.
Apesar dos desafios, os resultados são estimulantes. Para a equipa, o maior reconhecimento é proporcionado pelos próprios estes jovens, como é o caso deste testemunho que um deles, atualmente já em processo de autonomia, dedicou ao empenho dos profissionais: “Tive a honra de conhecer pessoas como todos vocês. Obrigado por instalarem em mim um amor por este país e obrigado por me fazerem ver um bom futuro. Obrigado, família.”
São estes pequenos “mundos de reconhecimento” que nos tornam maiores e mantêm o empenho e a paixão desta e de qualquer equipa de sucesso.
Santarém
A Importância do Planeamento e o Valor da Parceria
Em 2018, muito longe de imaginarmos esta pandemia, o Centro Distrital de Santarém desafiou as instituições do setor social para, que no âmbito dos acordos de cooperação da resposta social de ERPI ainda não previstos, incluir a cláusula contratual que estabelece a existência de vagas reservadas para a Segurança Social.
Fê-lo por questões de estratégia e de intervenção social no apoio à população idosa e mais vulnerável, certos que um adequado planeamento e gestão nesta matéria potenciariam a capacidade de resposta do setor público face a casos sociais com necessidade de institucionalização em estrutura residencial, quer através da sinalização de casos pelos próprios serviços, quer por outras entidades que, na cooperação interinstitucional, estabelecem relações com o ISS, IP.
O setor social do distrito, numa mobilização sem precedentes e com o apoio da sua UDIPSS e do seu Secretariado Distrital da UMP, disse presente ao repto lançado.
Assim, concluímos com êxito este processo, totalizando 470 vagas reservadas para gestão direta da Segurança Social, num universo de cerca de 100 acordos e um total de 4300 vagas protocoladas. Aqui chegados, foi possível potenciar enormemente o fluxo de institucionalização de utentes idosos na rede solidária, cujo expoente surge no período da crise provocada pela SARS-Cov2.
Propiciou-se, com efeito, às quatro unidades hospitalares do distrito de Santarém um muito eficaz processo de libertação de camas hospitalares, por altas clínicas de casos sociais na população idosa, conferindo-se ao sistema de proteção social uma forte, ampla e decisiva capacidade de resposta ao SNS, de que é exemplo a integração durante a pandemia de 144 utentes em estruturas residenciais no total de 226 integrações, através da gestão direta de vagas pelos serviços da Segurança Social, o que permitiu obviar a elevados índices de pressão sobre o sistema hospitalar.
Sim, planear deve ser uma prioridade e cooperar uma missão de todos.