A Casa da Luísa
um projeto de inovação social em Coimbra
O projeto A Casa da Luísa, dinamizado pelo Núcleo Local de Inserção (NLI) de Vila N Poiares, iniciou-se em 2007, tendo como objetivo intervir junto de beneficiárias do RSI e suas famílias, potenciando o desenvolvimento de competências e capacitação dos destinatários.
Em 2018, houve um novo impulso no projeto. A equipa do NLI lança sessões teórico-práticas em parceria com entidades locais: Juntas de Freguesia, Empresas, Bombeiros Voluntários, GNR. Estas ações foram dirigidas a 19 mulheres beneficiárias de RSI, através de um modelo de educação não formal, que levou ao reconhecimento das suas competências e posterior integração, de algumas delas, no mercado de trabalho.
Em 2020, o projeto ganha mais visibilidade com a aprovação da candidatura ao Portugal Inovação Social para 3 edições interligadas entre si, tendo como Entidade Promotora a APPACDM de VN Poiares e o total envolvimento de toda a equipa do NLI, adotando a designação Voltámos à Casa da Luísa agora com o Luís.
Com o envolvimento de elementos masculinos dos agregados familiares, dinamizou-se este projeto com o reforço na aquisição de competências pessoais, sociais e profissionais dos destinatários, tendo em vista a sua integração no mercado de trabalho, a sua valorização pessoal e autonomia, com base na igualdade de oportunidades e de género. A candidatura subdividiu-se em 3 subprojectos:
- Horta do Coração: os beneficiários recuperam uma estufa abandonada e iniciam o cultivo de vários produtos agrícolas;
- Loja do Coração: espaço cedido pelo município que recebe os produtos da horta;
- A Horta na Loja do Coração: faz a ligação entre a produção na estufa e a comercialização dos produtos.
O desenvolvimento do projeto foi uma contribuição fulcral para o desenvolvimento de competências de organização e inclusão social do grupo, na redução da subsidiodependência e aumento da empregabilidade quer diretamente, através do projeto da horta, quer também indiretamente através de contratação por empresas do concelho.
Inovação Social de referência nos Estabelecimentos Integrados
o Projeto Bengala Verde
O Centro de Reabilitação da Areosa é um Estabelecimento Integrado (EI) de gestão direta do Instituto de Segurança Social (ISS, IP), que acompanha pessoas com deficiência maiores de 18 anos, ou a partir dos 15 anos no âmbito dos planos individuais de transição para a vida ativa que tem como missão a habilitação, a reabilitação e a inclusão. Aqui, a intervenção em cada um dos utentes é ajustada às necessidades específicas de cada um, sem rigidez na definição e na duração dos conteúdos da aprendizagem.
Uma das valências deste EI, é a Reabilitação Funcional de Pessoas com Deficiência Visual, enquadrando-se nesta valência, o projeto Bengala Verde.
A Bengala Verde nasceu na Argentina, com a ideia de distinguir quem nada vê, de quem ainda vê algo, mas com muita dificuldade. Em Portugal, foi implantado em 2015 no Centro de Reabilitação da Areosa. Tal como a irmã Bengala Branca, tem uma importante missão: otimizar a vida quotidiana das pessoas com baixa visão que ainda conseguem fazer tarefas simples, mas que necessitam de ajuda para a realização de algumas das tarefas diárias, como por exemplo, deslocarem-se na via pública evitando os obstáculos, na utilização dos transportes públicos.
A Unidade de Reabilitação Funcional de Cegos e Ambliopes do CRA, de ano para ano tem sido mais procurada por pessoas que sentem esta resposta como a mais adequada às suas necessidades. Os próprios serviços de oftalmologia dos Hospitais de São João, Vila Nova de Gaia, e de Santo António encaminham os seus doentes para esta Unidade para obtenção de resposta às necessidades existentes. Este é um exemplo não só de gestão, mas também na inovação enquanto resposta social e metodologia ao nível da saúde. Os resultados são visíveis:
“A Bengala Verde deixa-me ver o mundo como realmente sou. Não quero fingir que sou cega, quero poder ser eu.” - Rosária Grácio, primeira utilizadora da Bengala Verde em Portugal.
Pelo que apelamos a todos e todas para que se tornem embaixadores na divulgação deste trabalho de referência.