CECID - Modelo de Acompanhamento às Entidades de Évora com Intervenção na Deficiência

 

O Centro Distrital de Évora tem promovido um modelo de acompanhamento técnico especializado às Entidades com Intervenção na Deficiência (ECID), numa cultura de partilha de problemas e soluções, estratégias e recursos, com testemunhos de disseminação de boas práticas e dinâmicas entre as entidades. É uma abordagem colaborativa com agendamento comum e construção de respostas aos desafios desta área de intervenção.

 

O modelo assenta em interações localizadas e promove o intercâmbio de recursos, centrado nos Clientes e Cuidadores/Profissionais, num compromisso com a missão e valores das ECID. 

 

Os encontros têm-se traduzido numa harmonização de procedimentos e aplicação de modelos de gestão orientados para a autonomização e participação dos Clientes Sociais e definem atividades internas e desafios a cada Comunidade. Como por exemplo, a constituição de grupos de Auto Representantes nas ECIS, que são um exercício para aprendizagem da cidadania plena. Após formação própria, cada ECID instala modalidades diversas de autorrepresentação, fortalecendo a cultura de participação para a inclusão. 

 

Deixamos o testemunho duma Cliente Social de Lar Residencial que terminou a sua formação superior na área da psicologia, e que pelas interpelações da sua condição modelou o interior da Entidade. É hoje Técnica e Coordenadora de um Centro de Apoio à Vida Independente:

A verdadeira inclusão começa quando sentes que fazes parte de um todo, quando as tuas potencialidades são acreditadas, e é esta validação das capacidades que reforça positivamente o crescimento pessoal, a autoestima. Sinto que a APPACDM de Évora acreditou e valorizou as minhas capacidades pessoais e profissionais quando sonhámos em conjunto este crescimento, que foi o meu crescimento enquanto pessoa, mas também o da organização. Fui cliente do lar residencial, transitei para a residência autónoma, sou técnica e coordenadora de um projeto. É este sonhar em conjunto dentro das organizações, o verdadeiro sentido da inclusão.

 

Selo de Boas Práticas de Intervenção Social da Grande Lisboa e do Oeste

 

O Selo de Boas Práticas de Intervenção Social foi criado pelas Plataformas Supraconcelhias da Grande Lisboa e do Oeste em 2019 e tem como objetivo valorizar e divulgar práticas inovadoras de intervenção social que ocorrem nos respetivos territórios, e que face aos desafios que se colocam diariamente, arrisquem a experimentação de novas metodologias.

 

Nas duas Edições realizadas foram atribuídos 34 Selos de Boas Práticas, distribuídos por 10 territórios (Alcobaça, Amadora, Caldas da Rainha, Cascais, Lisboa, Lourinhã, Oeiras, Sintra, Torres Vedras e Vila Franca de Xira), sendo as áreas de intervenção dos projetos distinguidos: comportamentos aditivos, deficiência, envelhecimento, imigrantes e minorias étnicas, infância e juventude, pobreza, reinserção social, saúde mental e violência doméstica.

 

A classificação das candidaturas foi realizada por um Júri supraconcelhio composto por representantes dos Conselhos Locais de Ação Social das duas Plataformas Supraconcelhias, Instituto de Emprego e Formação Profissional, Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego, Rede Europeia Anti Pobreza, União Distrital de Instituições Particulares de Solidariedade Social, União das Misericórdias, Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e Associação de Lares de Idosos e Instituto da Segurança Social.

 

Nesta 2.ª Edição, candidataram-se 43 projetos desenvolvidos por Entidades de 8 concelhos, coincidindo a apresentação das mesmas com o auge do contexto pandémico, o que por si só é demonstrativo do reconhecimento público desta iniciativa.

 

A existência do Selo de Boas Práticas é fruto da conjugação de ideias e da congregação de esforços, sendo o seu maior valor o impacto do reconhecimento das práticas. Não obstante, esta distinção é também impactante na aprendizagem conjunta e na consolidação da própria dinâmica e atividade das Redes Sociais, o que tem levado outras Plataformas e Territórios a demonstrar interesse na implementação de semelhante metodologia de reconhecimento.