1º Encontro Distrital da Rede Nacional de Cuidados Continuados de Castelo Branco
Realizou-se no Auditório da Escola Superior de Tecnologia do Instituto Politécnico de Castelo Branco o 1º Encontro Distrital da Rede Nacional de Cuidados Continuados (RNCCI) subordinado ao tema “Cuidados Paliativos - que caminho?”, encontro promovido pelas Equipas de Coordenação Local (ECL) do Distrito de Castelo Branco, com a colaboração direta da Equipa de Coordenação Regional (ECR) do Centro para a RNCCI.
Este Encontro decorreu no âmbito da qualificação da RNCCI e contou com a presença de várias ECL e profissionais das Unidades de Internamento e Equipas de Cuidados Continuados Integrados (ECCI) que, durante o evento, manifestaram interesse pelos temas debatidos com realce para a necessidade de prestar cuidados em contexto de proximidade, nomeadamente em contexto domiciliário.
Foram abordados os contributos das unidades da RNCCI, nomeadamente na tipologia de Longa Duração e Manutenção, no âmbito da prestação cuidados /abordagens paliativas, destacando-se a importância do envolvimento de equipas multidisciplinares e aposta na formação contínua dos profissionais.
Foi um momento de partilha participativo e profícuo para melhoria e valorização da intervenção no âmbito da RNCCI na Região Centro.
Foi, ainda, salientado como mais relevante que o modelo de organização a necessidade de promoção de uma filosofia de cuidados paliativos em todos os contextos de saúde, social e comunitário.
Casas de Acolhimento em Santarém – Uma Intervenção Multidisciplinar
Na linha do processo de qualificação que se tem procurado trilhar com as instituições de acolhimento, nomeadamente Lares de Infância e Juventude e Centros de Acolhimento Temporário, atualmente designados de Casas de Acolhimento, o Centro Distrital de Santarém (CDis Santarém) tem procurado manter algumas das metodologias preconizadas pelo Plano DOM, posteriormente Plano SERE +.
Com um universo de 16 Casas de Acolhimento no distrito e uma capacidade instalada de cerca de 350 lugares destinados maioritariamente a jovens do sexo feminino, um dos objetivos do Centro Distrital passou por reconverter algumas destas para crianças de ambos os géneros. E porque a vida das crianças e dos jovens não se detêm à espera de melhores condições para a implementação de medidas especificas, a equipa do CDis Santarém definiu um plano de acompanhamento regular a estas Casas.
Este plano integra elementos dos Núcleos de Respostas Sociais e Infância e Juventude, sendo que as Casas são priorizadas em função de avaliação contínua com base nos inputs do acompanhamento técnico e acompanhamento às medidas de acolhimento residencial.
Esta metodologia inclui visitas programadas e não programadas, contacto com colaborares e crianças e jovens no contexto do seu quotidiano institucional, tendo por base o princípio da participação. O desenvolvimento de uma resposta desta natureza implica motivação da parte das direções das IPSS e que é diferente das demais respostas, pela urgência, pelo cariz reparador da intervenção, pela resistência às adversidades e pela responsabilidade de garantir iguais oportunidades.
Como experiência positiva da implementação do modelo de acompanhamento técnico integrado, surge a intervenção efetuada junto de uma Casa de Acolhimento que, de forma inesperada, se viu sem equipa técnica. A equipa multidisciplinar do Centro Distrital assumiu uma presença quase diária na Instituição, iniciando-se o diagnóstico do impacto da situação, mantendo uma intervenção de proximidade com as jovens acolhidas. Com intervenção direta por um período de 3 meses, a equipa sensibilizou para as mudanças necessárias com o objetivo de dotar as equipas técnica e educativa de competências e capacidades de trabalho e dinâmicas colaborativas que permitissem estabilizar o funcionamento da casa e preparar as equipas para intervenção em situação de crise.
Num processo evolutivo, identificou-se um reforço das competências de todos os intervenientes no acompanhamento das jovens acolhidas. Como resultado, alcançaram-se enormes resultados, quer no plano técnico quer no plano orgânico e funcional, podendo dizer-se, hoje, que é uma Casa de Acolhimento em evolução e disponível para a construção de um caminho de qualidade, aberta à intervenção técnica multidisciplinar e capaz de propiciar um ambiente securizante e estável para as crianças e jovens acolhidas.