Centro de Acolhimento Temporário de refugiados em Cuba – um sucesso no distrito de Beja
Num esforço dedicado à integração de jovens refugiados provenientes da guerra na Ucrânia, Portugal tem desempenhado um papel ativo, proporcionando-lhes oportunidades e suporte essenciais para uma reinserção bem-sucedida na sociedade. Este texto, destaca os passos cruciais tomados para integrar os residentes, com idades compreendidas entre 19 e 83 anos, que se encontram em centros de acolhimento temporário, as chamadas EAC.
Um dos primeiros desafios enfrentados, foi a necessidade de equacionar a formação académica dos jovens refugiados. Para ultrapassar esta barreira, foi implementado um processo de equivalência ao 4º ano de escolaridade, assegurando que estes jovens obtivessem as bases educacionais essenciais. Os Centros Qualifica desempenharam um papel crucial, proporcionando um ambiente propício para a aprendizagem e preparação para a próxima fase da integração.
Uma vez superada esta etapa, o foco voltou-se para a aquisição de competências profissionais. Programas especializados foram desenvolvidos para permitir que estes jovens adquirissem habilidades profissionais, facilitando a sua transição para o mercado de trabalho. Este passo crítico não apenas contribui para a independência financeira, mas também para a sensação de pertença e na nossa comunidade/sociedade.
Além da formação técnica, a integração estende-se à comunidade local, estratégias inovadoras, como jogos de interação e atividades sociais, têm sido implementadas para promover a aproximação entre os refugiados e a população da vila. Estas iniciativas não só quebram barreiras culturais, mas também fortalecem os laços comunitários, proporcionando um ambiente acolhedor e inclusivo.
As aulas de português desempenham um papel fundamental nesta jornada de integração, ao proporcionar o ensino da língua de acolhimento, estas aulas não só facilitam a comunicação diária, mas também contribuem para uma melhor compreensão da cultura local. Isso, por sua vez, promove uma integração mais profunda e satisfatória na sociedade portuguesa.
Em última análise, o objetivo primordial é capacitar estes jovens refugiados para a autonomização. Através de uma abordagem holística, que engloba educação, formação profissional, interação comunitária e aquisição de competências linguísticas. As Estruturas de Acolhimento Temporário, estão a fornecer as ferramentas necessárias para que estes jovens construam um futuro mais promissor, contribuindo positivamente para a sociedade que agora os acolhe. A Santa Casa da Misericórdia de Cuba tem desenvolvido um destes projetos: um trabalho e uma equipa que estão de parabéns!
Inovação Social – Leiria pede mais respostas para o Envelhecimento
O envelhecimento, e a consequente longevidade, que faz com que nos próximos anos sejamos, em Portugal, mais de 3 milhões de pessoas com mais de 65 anos e quase 1 milhão destas com cerca de 90 anos exige-nos novas respostas e novas abordagens.
O compromisso do Estado com o setor social e solidário é, reconhecidamente, um caso de sucesso que deve continuar e ser aprofundado, num modelo progressista e vanguardista e não de desmantelamento ou retrocesso.
Com efeito, as respostas típicas, na área do envelhecimento, estão hoje bem consolidadas e o caminho, de aperfeiçoamento e melhoramento, claro está, face às exigências presentes é, pois, um percurso nunca acabado. Quer seja nas valências complementares do Serviço de Apoio Domiciliário (com mais serviços e uso de técnicas e ferramentas digitais e/ou tecnológicas de eficiência); quer seja, ainda, nas respostas em Estrutura Residencial para Pessoas Idosas (ERPI), face à multiplicidade de situações novas que vão surgindo, desde logo, por exemplo, com a incorporação das Altas Hospitalares, aos elementos de Diferenciação Positiva de utentes com elevado grau de dependência e à articulação e interdependência cada vez mais necessária entre a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI) e as respostas residências do envelhecimento.
A cooperação entre o Estado e o Setor Social têm vindo a juntar forças também nos projetos de Inovação Social. Sobretudo, em engendrar novas respostas domiciliadas, focadas no cidadão, nas suas necessidades e na preservação, o mais que se possa, da sua vida independente na “casa”, em suma, no seu meio familiar.
Estas respostas exigem abertura do Estado, como sempre tem havido, a novos modelos de cooperação, centrados, como entendemos que deva ser, no sector solidário e, até, com o sector privado, quando for caso disso, porque é a melhor forma de dar sustentabilidade a novas respostas, partindo das que já existem e funcionam. As respostas de proximidade, familiares, de relações de vizinhança, muitas vezes funcionam, não têm é o enquadramento técnico devido, nem o envolvimento comunitário adequado. A rede social, a rede de cuidadores e as UCC (unidades de cuidados à comunidade), são um fator decisivo para o sucesso destas práticas cada vez mais prevalecentes.
Em época de fundos comunitários, os programas de Inovação Social têm sido lançados e a adesão do sector social é cada vez maior, numa atitude que se saúda. Há, todavia, no processo de seleção criativa destas repostas, um foco e uma direção que tem que ser priorizada – a resposta sustentável. Àquela, justamente, que responde de forma diferente às necessidades do cidadão idoso cujo domicílio não é a ERPI e esses, sabemos, são a esmagadora maioria dos nossos idosos.